terça-feira, 3 de março de 2009
















A linha da Beira Baixa - onde nem sempre o comboio passa na hora certa















A charrua Manual - hoje em algumas localidades do interior ainda se vê os campos a serem trabalhados com esta máquina, para lavrar a terra.









Um Armazem na estação do Tramagal
















Vista Aerea do Tramagal














Vista Aerea do Tramagal - parte 2

















A História

Tramagal - terra de gente
terra de trabalhadores
terra de diversão
terra de encontro
terra de família
terra diferente

História - Como diz a lenda, o nome Tramagal tem origem nas tramagas - pequenas moitas de arbusto espontêneo, da família das tamaráceas, com algumas propriedades medicinais. Conta a história que a Rainha D. Leonor, esposa do Rei D. João II, quando ia a caminho de uma festa, teve que atravessar o Ribatejo e ao passar por esta localidade exclamou: "Mas que grande Tramagal!".

Vila: Tramagal - Concelho: Abrantes
Área: 24,06 km²
População : 4 043 hab. (2001)
Densidade : 168,0 hab./km²

Orago: Nossa Senhora da Oliveira

O Tramagal é uma Vila Portuguesa do concelho de Abrantes. Aldeia até 1986, foi elevada a vila nesse ano pela lei nº 28/86 de 23 de Agosto. É também conhecida como Vila Convívio. É sede de freguesia com 24,06 km² de área e 4 043 habitantes (2001). Densidade: 168,0 h/km².
A freguesia do Tramagal localiza-se na parte ocidental do concelho, a sul do Tejo.
Tem como vizinhos o concelho de Constância a oeste e noroeste e as freguesias de Rio de Moinhos a norte, São Vicente a nordeste e São Miguel do Rio Torto a sueste.
É ribeirinha à margem esquerda do rio Tejo ao longo dos limites com Rio de Moinhos e São Vicente e da parte norte do limite com Constância.

O actual estado de evolução da vila foi conseguido através do desenvolvimento industrial, mais precisamente da antiga fábrica Metalúrgica Eduardo Duarte Ferreira (uma das maiores metalúrgicas nacionais até aos anos 80 do séc. passado), à qual os Tramagalenses devem a história da sua vila.
Por sua vez, esta influência industrial descaracterizou a vila, que teria influência predominantemente agrícola, dado estar inserida na Região do Ribatejo.
O reflorescimento da vila depende da sua verdadeira integração na zona urbana Abrantina, facto o qual só acontecerá aquando a construção de uma ponte a unir as duas margens.
Actualmente a travessia de Tramagal a Abrantes está a uma distância de 10km, valor o qual pode ser reduzido para 500 metros quando Ponte estiver construída.
É a 10ª freguesia do concelho em área, a 2ª em população e a 4ª em densidade demográfica.







Este foi o grande impulsionador da Vila de Tramagal ( sim Vila, digo bem, a unica no concelho de Abrantes)
Eduardo Duarte Ferreira


Eduardo Duarte Ferreira (Tramagal, 10 de Fevereiro de 1856 - 1948) foi um empresário português.

Nascido no concelho de Abrantes (Distrito de Santarém) numa família muito pobre, não teve condições para fazer o exame do ensino primário, apesar de ter aprendido a ler e escrever. Considerado pelos seus conterrâneos como um jovem de "fraca inteligência", teve que ir procurar trabalho fora da sua terra, acabando por aprender o ofício de ferreiro na povoação de Rossio ao Sul do Tejo, onde esteve três anos sem ganhar dinheiro.
Tinha, nesta altura, 19 anos. Ganhando o gosto pelo trabalhar o ferro, aspirou a montar uma oficina própria, o que veio a conseguir por volta dos 26 anos de idade. É esta oficina, a quem Duarte Ferreira chamou “A Forja”, que está na génese daquela que viria a ser uma das maiores unidades industriais de portuguesas. A oficina, que começou por se dedicar ao fabrico de alfaias agrícolas, em especial charruas, foi crescendo e o negócio tornou-se próspero.

Em 1920, muda para umas instalações mais amplas, junto do caminho-de-ferro da Linha da Beira Baixa, onde passou a designar-se por “Grande Fábrica de Metalúrgica”, empregando 250 operários. Em 1923, a empresa transforma-se numa sociedade por quotas e passa a designar-se por Duarte Ferreira & Filhos, passando a adoptar como seu símbolo comercial e de marca uma borboleta. Prosseguindo a sua expansão e modernização, Duarte Ferreira integra na unidade industrial, no ano de 1927, um laboratório químico e metalúrgico para investigação e ensaio de materiais. Neste mesmo ano, Duarte Ferreira cria um sistema de segurança social para protecção dos seus funcionários.
Em reconhecimento de toda a sua actividade, igualmente em 1927, é condecorado pelo Estado Português, na pessoa do Presidente da República, Marechal António Óscar de Fragoso Carmona, que se deslocou em visita oficial à região do Tramagal, com a Comenda do Mérito Agrícola e Industrial.

O fabrico de enfardadeiras e de debulhadoras mecânicas, numa primeira fase (1933-1934), e de caixas de lubrificação para eixos de locomotivas e gasogénios para automóveis, numa segunda fase, são as grandes áreas produtivas da empresa que, em 1947, se transforma numa sociedade anónima com o nome de Metalúrgica Duarte Ferreira, SARL.
No ano seguinte – 1948 – com 92 anos de idade, Eduardo Duarte Ferreira, que nunca de deixou de interessar, em toda a sua vida, pela trabalho da empresa que fundou, morre.
Deixa uma empresa próspera e que emprega oitocentos trabalhadores.

Em 10 de Fevereiro de 1964 procede-se à inauguração das linhas de montagem dos veículos militares BERLIET, que passam a serem fornecidos, em grande número, ao exército português e se tornam um dos meios de transporte mais utilizados nas missões deste, entre as quais se destacam as relativas à guerra colonial portuguesa, conflito em que Portugal esteve envolvido desde o início da década de 1960 até ao ano de 1974, tendo sido produzidas, durante estes dez anos, cerca de 3 300 viaturas militares BERLIET TRAMAGAL.
Em consequência desta nova actividade produtiva, a Metalúrgica Duarte Ferreira abandona o fabrico das máquinas e alfaias agrícolas. Logo após a Revolução de 25 de Abril de 1974 – 20 de Dezembro de 1974 - , e até ao ano de 1979, a Metalurgia Duarte Ferreira é intervencionada pelas autoridades governamentais portuguesas.
Esta gestão administrativa acaba por conduzir a empresa a uma situação muito difícil e o espectro da falência e do desemprego começa a tornar-se uma ameaça para os seus 2300 funcionários, que, então, já empregava.
No princípio da década de 1980, procuram-se várias soluções que evitem o seu encerramento, designadamente através da produção de novas viaturas militares, os camiões TT, depois também adaptados a viaturas de bombeiros. Contudo, a realidade económica e financeira da Metalúrgica não deixa de se agravar.
No ano de 1984, as greves, manifestações e os salários em atraso são a expressão das dificuldades existentes.
Em 1994, os bens da Metalúrgica Duarte Ferreira, entretanto penhorados, são vendidos e, no ano seguinte, ano de 1995, a empresa é, formalmente, extinta.









O Simbolo da MDF